sábado, 2 de novembro de 2013

Um momento de poesia (é o "algo mais").


Ainda uma vez o soneto.  Ressaltar a beleza e a forma do Soneto como poema tem sido, aqui neste cantinho, monotonamente repetido. E este escriba  disso  não cansa. Mas, falar do soneto em versos e de sua própria forma de expressão é algo que o poeta J.G. de Araújo Jorge conseguiu de forma belíssima.   

Olhem só:      

AO SONETO.


Fino frasco de forma nobre e pura,
E, ao mesmo tempo, taça de cristal,
Onde a vida, em beleza se moldura
E vibra como um órgão musical.

Em transe, o poeta sempre te procura
Para desabafar, sentimental,
Seu pobre coração que se amargura
Ou o seu canto de amor, belo e triunfal

Cabe em ti tudo quanto em nós palpita,
Tudo quanto se senha ou se concebe:
-A finita emoção, a alma infinita...

Vinho da uva da vida, que se pisa,
- És, a um só tempo, a taça em que se bebe
E o frasco em que a beleza se eterniza
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José Guilherme de Araujo Jorge, nasceu na Vila de Taraucá no Acre e faleceu no Rio de Janeiro onde viveu a maior parte de sua vida.

VHCarmo.

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