Há textos que a
gente tem vontade de ter escrito, pois não conseguiria expressar tão bem o próprio
sentimento. Nesse caso se apropria dele. É como se o tivesse escrito.
Se este humilde blogueiro escreveu aqui algo
sobre essa figura doentia do “Sultão” Joaquim Barbosa não conseguiu expressar-se
tão bem como o jornalista Luiz Nassif no texto abaixo transcrito.
Este escriba julgou ver nas atitudes desregradas do Ministro JB um profundo complexo de inferioridade decorrente de sua tez negra, manifestado pelo seu contrário o exibicionismo auto defensivo.
Tudo,
como afirma Luiz Nassif, impulsionado pela mídia, mas Celso Antônio Bandeira de Mello, por ele citado, foi objetivo: “É
uma pessoa má”.
Olhem só:
Este texto honra a
galeria dos registros deste humilde bloguinho:
Joaquim Barbosa
e a face tenebrosa da maldade
sex, 22/11/2013 - 17:39 - Atualizado em 23/11/2013 - 23:54
A disputa política permite toda sorte de
retórica. Populistas, insensíveis, reacionários, porra-loucas, o vocabulário é
abrangente, da linguagem culta à chula.
Em todos esses anos acompanhando e
participando de polêmicas, jamais vi definição mais sintética e arrasadora do
que a do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello sobre Joaquim Barbosa: “É uma
pessoa má”.
Não se trata se julgamento moral ou
político. Tem a ver com distúrbios psicológicos que acometem algumas pessoas,
matando qualquer sentimento de compaixão ou humanidade ou de identificação com
o próximo. É o estado de espírito que mais aproxima o homem dos animais.
O julgamento da bondade ou maldade não
se dá no campo ideológico. Celso Antônio Bandeira de Mello é uma pessoa
generosa, assim como Cláudio Lembo, cada qual com sua linha de pensamento.
Conheci radicais de lado a lado que, no plano pessoal, são pessoas extremamente
doces. Roberto Campos era um doce de pessoa, assim como Celso Furtado.
A maldade também não é característica
moral. O advogado Saulo Ramos, o homem que me processou enquanto Ministro de
Sarney, que conseguiu meu pescoço na Folha em 1987, que participou das maiores
estripulias que já testemunhei de um advogado, nos anos 70 bancou o
financiamento habitacional de um juiz cassado pelos militares. E fez aprovar
uma lei equiparando direitos de filhos adotados com biológicos, em homenagem ao
seu filho.
A maldade é um aleijão tão virulento,
que existe pudor em expô-la às claras. Muitas vezes pessoas são levadas a atos
de maldade, mas tratam de esconde-los atrás de subterfúgios variados, com o
mesmo pudor que acomete o pai de família que sai à caça depois do expediente;
ou os que buscam prazeres proibidos.
Joaquim Barbosa é um caso de maldade
explícita. Longe de mim me aventurar a ensaios psicológicos sobre o que
leva uma pessoa a esse estado de absoluta falta de compaixão. Mas a
natureza da sua maldade é a mesma do agente penitenciário que se compraz
em torturar prisioneiros; ou dos militares que participavam de sessões de
tortura -- para me limitar aos operadores do poder de Estado. Apenas as
circunstâncias diferem.
A natureza o dotou de uma garra e
inteligência privilegiadas. Por mérito próprio, teve acesso ao que de mais
elevado o pensamento jurídico internacional produziu, a ciência das leis, da
cidadania, da consagração dos direitos.
Nada foi capaz de civilizar a
brutalidade abrigada em seu peito, o prazer sádico de infligir o dano a
terceiros, o sadismo de deixar incompleta uma ordem de prisão para saborear as
consequências dos seus erros sobre um prisioneiro correndo risco de morte.
Involuntariamente, Genoíno deu a
derradeira contribuição aos hábitos políticos nacionais: revelou, em toda sua
extensão, a face tenebrosa da maldade.
Espera-se que nenhum político seja louco
a ponto de abrir espaço para este senhor.
________________________________
VHCarmo.
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