Reflexão
necessária (complementar).
Vindo a público números mais amplos e, por ouro lado, mais
detalhados da eleição, sugere um aspecto não abordado na reflexão anterior e de
vital importância.
A ocorrência inédita,
em seus números, da incidência do “não voto” ou “voto não”, torna claro que o
ataque à esquerda e particularmente ao Partido dos Trabalhadores se inseriu no
ataque geral à política e aos políticos.
Este aspecto torna mais grave e mais sério o problema.
Os votos em branco,
nulos e a abstenção foram os maiores da história dos nossos pleitos eleitorais.
Nas grandes cidades este contingente assumiu grandes e graves proporções. Em Belo Horizonte, apenas para exemplificar,
tais votos superaram 40% do total. Em São Paulo este número ultrapassa, em
votos válidos, os conferidos ao vencedor do pleito.
Na grande metrópole
brasileira, cujo eleitorado é maior do que em muitos países, elegeu-se um
candidato que fez questão de dizer-se que não é político. Ainda ontem, um dia após o pleito,
entrevistado na TV ressaltou, por mais de uma vez, que não é político e jurou
que não disputará uma reeleição.
Isto torna
absolutamente claro o fato sumamente grave do qual não só o PT e a esquerda
foram as vítimas da mídia e da armação golpista, a democracia também foi
atingida no seu precioso conteúdo que é a política, única via de acesso ao
poder pela representação estabelecida na Constituição Federal (Todo
poder emana do povo e em seu nome será exercido).
Notório restou saber,
no entanto e em face dos números agora conhecidos, que a vitória proclamada
pelos partidos à direita têm por base importante a diminuição consistente do
eleitorado que votou negativamente pela ausência, pela anulação e pela a
abstenção.
Impõe por fim resumir, além
da legitimação do governo, a tarefa a se impor não só à esquerda mais a todos
os cidadãos de boa-fé é lutar pela reinstalação nas mentes da necessidade
inadiável de recompor a representação política através de uma reforma radical,
para escoimar essas manobras que vulneram o Estado Democrático de Direito em
benefício dos inimigos declarados da nação e do seu povo, aí incluída a mídia
golpista.
VHCarmo. (04.10.2016).
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