terça-feira, 13 de maio de 2014

A QUESTÃO SALARIAL E A ELEIÇÃO ...

A questão salarial é deveras importante na discussão pré-eleitoral.   

A atual ascensão do enorme contingente da população brasileira a um maior e melhor nível de consumo e bem-estar social  (cerca de 45 milhões de pessoas) não importou em razoável acréscimo da chamada classe média.

Por si só, a melhoria de vida dessa população não a induziu a pensar e se posicionar ideologicamente como a classe média clássica esta que tem seu contingente principal no pequeno e médio empresário, nos profissionais liberais e no grosso do funcionalismo  público burocrático.

 Em resumo aqueles que vêm ascendendo continuaram assalariados e embora mais bem remunerados, não ingressaram na classe média, continuando como proletários (ou neo-proletários).

A classe média sociologicamente definida, cuja característica ideológica primacial é o individualismo, já foi – no passado -  decisiva na definição dos embates eleitorais no Brasil, ou seja, desequilibravam os pleitos  em favor das classes dominantes com base na  sua ideologia de natureza discriminatória em relação ao  proletariado e ao restante do povo pobre  em geral. 

Essa fração da sociedade (classe média), identificada com as elites, tendem – em sua maioria - levar aos postos da representação política seus membros fiéis a ideologia conservadora daquelas elites.  Em sua maioria, parlamentares e membros dos executivos, embora originários da classe média, defendem no parlamento interesses das elites conservadoras.

Quando se indagou ao ex-Presidente Lula o que teria levado à sua derrota para Collor quando se o imaginava favorito, ao contrário do que se divulgou, ele simplesmente declarou que o motivo maior foi, então,  a incapacidade do Partido dos Trabalhadores de atrair as classes mais pobres e  o lupenproletariado para o seu lado.  

As eleições que se seguiram ganhas pelo PT tiveram com base a atração daqueles setores apontados por Lula que, sendo maioria, vem fazendo contra-ponto à classe média  individualista.

Aqueles setores sociais, após o primeiro mandato de Lula, cresceram e vêm crescendo com a inclusão social, de modo significativo, propiciando inclusive o aumento gradativo da sua representação política em que pese ao duro embate com a oposição e a mídia conservadores.   

Nesse período pré-eleitora quando a mídia direciona as suas baterias de ataques ao governo federal, em favor da oposição conservadora, ela as direciona principalmente, sem o menor disfarce, aos setores da classe média, visando a manter a sua fidelidade ideológica, ou seja, o “moralismo udenista”,  ocultando ou minimizando os notáveis avanços sociais e na projeção internacional do país, promovidos pelos governos do PT e, ultimamente, tentando assombrar essa vacilante classe média com anúncio de uma falsa crise, sem base em qualquer fato concreto e na contramão dos índices econômicos.

Os  principais candidatos da oposição envolvidos na eleição de 2014, de certo modo, se colocaram num estranho gueto político em que se obrigam a manipular dados, criar teorias conspiratórias e sustentar os “célebres” discursos do moralismo e  da eficiência da qual jamais foram promotores.

Para findar, olhem só o que disse - de forma a dispensar qualquer comentário - o candidato do PSDB, Aécio (Arrocho) Neves no “Quinto Simpósio Empresarial de Minas Gerais”:

              “O SALÁRIO MÍNIMO NO BRASIL ESTÁ MUITO ALTO, O QUE VEM PREJUDICANDO O LUCRO DOS INDUSTRIAIS  BRASILEIROS”.


Lembremos que o Arrocho Neves já prometera medidas “impopulares”...   REFLETIR É PRECISO! 

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