A questão salarial é deveras
importante na discussão pré-eleitoral.
A
atual ascensão do enorme contingente da população brasileira a um maior e
melhor nível de consumo e bem-estar social (cerca de 45 milhões de pessoas) não importou
em razoável acréscimo da chamada classe média.
Por
si só, a melhoria de vida dessa população não a induziu a pensar e se
posicionar ideologicamente como a classe média clássica esta que tem seu contingente
principal no pequeno e médio empresário, nos profissionais liberais e no grosso
do funcionalismo público burocrático.
Em resumo aqueles que vêm ascendendo continuaram
assalariados e embora mais bem remunerados, não ingressaram na classe média,
continuando como proletários (ou neo-proletários).
A
classe média sociologicamente definida, cuja característica ideológica primacial
é o individualismo, já foi – no passado - decisiva na definição dos embates eleitorais
no Brasil, ou seja, desequilibravam os pleitos em favor das classes dominantes com base na sua ideologia de natureza discriminatória em
relação ao proletariado e ao restante do
povo pobre em geral.
Essa
fração da sociedade (classe média), identificada com as elites, tendem – em sua
maioria - levar aos postos da representação política seus membros fiéis a ideologia
conservadora daquelas elites. Em sua
maioria, parlamentares e membros dos executivos, embora originários da classe média,
defendem no parlamento interesses das elites conservadoras.
Quando
se indagou ao ex-Presidente Lula o que teria levado à sua derrota para Collor
quando se o imaginava favorito, ao contrário do que se divulgou, ele simplesmente
declarou que o motivo maior foi, então, a incapacidade do Partido dos Trabalhadores de
atrair as classes mais pobres e o lupenproletariado
para o seu lado.
As
eleições que se seguiram ganhas pelo PT tiveram com base a atração daqueles
setores apontados por Lula que, sendo maioria, vem fazendo contra-ponto à
classe média individualista.
Aqueles
setores sociais, após o primeiro mandato de Lula, cresceram e vêm crescendo com
a inclusão social, de modo significativo, propiciando inclusive o aumento gradativo
da sua representação política em que pese ao duro embate com a oposição e a mídia
conservadores.
Nesse
período pré-eleitora quando a mídia direciona as suas baterias de ataques ao
governo federal, em favor da oposição conservadora, ela as direciona
principalmente, sem o menor disfarce, aos setores da classe média, visando a manter
a sua fidelidade ideológica, ou seja, o “moralismo udenista”, ocultando ou minimizando os notáveis avanços sociais e na projeção internacional do país, promovidos pelos governos
do PT e, ultimamente, tentando assombrar essa vacilante classe média com anúncio
de uma falsa crise, sem base em qualquer fato concreto e na contramão dos índices
econômicos.
Os
principais candidatos da oposição
envolvidos na eleição de 2014, de certo modo, se colocaram num estranho gueto
político em que se obrigam a manipular dados, criar teorias conspiratórias e
sustentar os “célebres” discursos do moralismo e da eficiência da qual jamais foram promotores.
Para findar, olhem só o que disse - de forma a dispensar qualquer
comentário - o candidato do PSDB, Aécio (Arrocho) Neves no “Quinto Simpósio Empresarial de Minas Gerais”:
“O SALÁRIO MÍNIMO NO BRASIL ESTÁ MUITO ALTO, O QUE VEM PREJUDICANDO O
LUCRO DOS INDUSTRIAIS BRASILEIROS”.
Lembremos
que o Arrocho Neves já prometera medidas “impopulares”... REFLETIR
É PRECISO!
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