sábado, 5 de abril de 2014

Uma reflexão necessária...


Reflexão necessária. 

Aqui mesmo  já se comentou aquilo que pareceu a este modesto blogueiro uma desfaçatez do candidato à Presidência, Aécio Neves, e de seus seguidores.

O motivo foi o ocorrido na sua Reunião com alguns empresários poderosos e  antigos gestores econômicos e políticos neoliberais, realizada há poucos dias.

A presença do ex-presidente Fernando Henrique, um expoente confessado da doutrina neoliberal, selou o pensamento ali exposto com uma espantosa sinceridade, uma vez que sustentaram uma pretensão nitidamente antipopular como expressamente exposta pelo candidato.

Em suas palavras aspeadas  no noticiário o candidato se propõe a tomar medidas "IMPOPULARES", mesmo que isto lhe represente a impossibilidade de uma reeleição,  na hipótese de que vier a ser eleito.

Impõe analisar o que representa para o nosso país, no estágio em que se encontra, a adoção de tais medidas de caráter nitidamente neoliberais  que impõem ser devidamente esclarecidas   posto que genericamente sustentadas pelo candidato. 

 O quê e quais seriam as tais medidas "impopulares"?.

Inicialmente não se pode descartar  o que está incluído na sua própria expressão vocabular, ou seja, o que é impopular é   basicamente contra o interesse do povo, no mínimo ensejando seu prejuízo, ou seja, medidas que lhe subtrairiam direitos e vantagens  comparativas de que gozam no presente estágio da política econômica. O candidato não é suficientemente claro relativamente a  quais seriam os possíveis resultados positivos das medidas para o povo atingido.

Da posição em que se coloca e que se evidencia pela presença na propalada Reunião de próceres da classe dominante, fica claro que  Aécio nãolhes propõe medidas prejudiciais a seus interesses, mas, pelo contrário, a garantia deles com o benefício das tais medidas "impopulares" prometidas.

Quais seriam as medidas "impopulares" a serem adotadas?  Como se disse: ele não as discriminou, mas ficaram entendidas pela seleta plateia de ex-ministros do governo Fernando Henrique, banqueiros e empresários, especialmente aqueles ligados ao mundo financeiro ser algo que lhes proporcionarão vantagens,  em detrimento do interesse "popular".    Não há como entender de modo diverso o discurso do candidato.

Na ação "antipopular", contida na promessa de Aécio, o alvo,  omitido explicitamente, seria os chamados "gastos sociais" e a expansão do consumo das classes mais pobres do povo (popular),  aliás este último fator vem sendo proclamado por seus pares como sendo provocador de crise; crise  até aqui  não identificável. 

O cerne da doutrina neoliberal sustentada pelo candidato é  a liberação da regulação da economia pelo Estado, em favor das atividades financeiras e  da especulação bem como, e concomitantemente, a contenção dos  gastos com programas sociais e a valorização dos salários inclusive do salário mínimo. Admite-se até, com a adoção dessas medidas, promover  uma taxa maior de desemprego em prol do desenvolvimento; o que é uma contradição em termos.

É claro que o discurso do neto de Tancredo  Neves foi  bem entendido pela seleta plateia presente.   O que é intrigante, no entanto, é que a grande mídia conservadora não só veicula esse discurso como procura envolver-lhe em uma capa progressista atribuindo-lhe uma via de progresso econômico.

No Brasil, país emergente, ainda se permite a proposição como esta sustentada por Aécio Neves que vêm em claro descompasso com a realidade revelada pela crise do neoliberalismo que atingiu de modo cruel as populações mais pobres dos países centrais da economia capitalista, já considerada a sua segunda e maior crise.

Pois bem, aqui um candidato à presidência parece desconhecer a história recente e a apresenta como seu grande promotor ninguém mais, nem menos,  do que Fernando Henrique Cardoso um dos  cultores mais impertinentes das teorias liberais que implementou no seu governo e que levou o país, sob o jugo do FMI, quebrar três vezes e aumentar de forma alarmante a pobreza de seu povo.

A pregação da oposição e de seu candidato, como se vê,  vem centrada na tese do chamado Estado mínimo, ou seja, na adoção de    medidas de liberação  de modo que "a administração pública tenha então por missão não mais servir o conjunto da sociedade, mas fornecer bens e serviços a interesses setoriais e a clientes-consumidores, ao risco de agravar as desigualdades entre os cidadãos e entre as regiões do país" (palvras de Ali Kazancigl , diretor da Divisão de Ciências Sociais da Unesco que aqui são apropriadas).

Finalmente, questiona-se até que ponto os participantes da Reunião pretendem influenciar, ou enganar, o grande público?

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VHCarmo.

 

 

 

 

 

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