A longa e preciosa entrevista de Lula.
Na longa entrevista – como sempre notável – dada pelo
ex-presidente Lula aos
chamados “blogueiros sujos”, ontem dia 8.04, se pôde aquilatar o quanto este
homem está ligado aos interesses maiores do nosso país e particularmente aos do
seu povo mais necessitado.
Com efeito, o foco principal da entrevista é o Brasil e o seu povo. O entrevistado conhece como ninguém
esse país e os meandros da política e da “politicagem” aqui e
alhures.
Por outro lado, é de se exaltar, o respeito que manifesta, e que
de fato pratica, para com seus aliados e até com seus adversários
políticos. O
ex-presidente não desfila opiniões de cunho pessoal sobre estes últimos, a não
ser quando responde àqueles que nominalmente o citam ou o atacam
pessoalmente.
Embora não mereça sempre de seus adversários o mesmo tratamento
preocupa-se em analisar a suas opiniões e até, em certos casos, concordar com
algumas delas ou, discordando, toma-las por base do desenvolvimento de sua
argumentação contrária. Jamais
foge do enfrentamento e à discussão.
A quantidade de dados que Lula sustentou na sua argumentação é
simplesmente notável e relevante, pois apoiada em fontes declaradas,
confrontadas e indiscutíveis.
A repercussão de suas declarações ensejaram ao observador, até
àqueles não muito atentos, um fenômeno que se constitui como o vício, dos mais
reprováveis, da nossa mídia, ou seja, faltar com a verdade dos fatos ou esconde-la. A gente cita um exemplo: os jornais
nesta manhã lançam a idéia que Lula teria afirmado que seria ele o candidato do
PT. à presidência e já manifestara na entrevista que discordava do governo
Dilma. É ver as
manchetes e o uso maroto de entrelinhas e destaques separados do texto.
Pois bem, para quem assistiu a entrevista não restou dúvida que
o ex-presidente não
será candidato. E por
que ? Ora,
iniciada a entrevista e antes de permitir quaisquer perguntas dos blogueiros
ele se adiantou e afirmou: “não
serei candidatado”. Ainda
mais, ele pediu aos presentes que o ajudassem a frear a expansão daquilo que
chamou de “boato” e que, ao seu juízo, visava a
incompatibiliza-lo com a Presidenta Dilma. Repita-se: é ver as manchetes dos três
jornalões deste dia 9/04/2014.
Este escriba não pretende analisar a longa entrevista de mais de
três horas, que se encontra integralmente na Internet, no Blog “Conversa afiada” do jornalista Paulo Henrique
Amorim, mas importa chamar
a atenção para o que Lula,
em resumo, falou sobre a economia do país em face da veiculação do discurso pessimista da mídia, ajudada até por suspeitos analistas
financeiros internacionais
e ele estabeleceu – com singela simplicidade – comparações inafastaveis.
Lançou as perguntas que se impõem; indagou: falar-se em
crise econômica no Brasil quando se tem mais 380
bilhões de dólares de reservas no Tesouro; uma das mais baixas dívidas internas
do mundo (não dolarizada); quando se tem uma taxa de desemprego em
torno de 4,5%, tida como de pleno emprego, tudo em confronto com o resto da
economia mundial mergulhada em crise e
com mais de 60 milhões de trabalhadores desempregados? Indagou mais: falar-se em crise quando
o nosso PIB em 2013 somente foi superado pelo da China ?.
Não se vai repetir mais dados proferidos pelo ex-presidente, mas
ressalta mencionar a questão das “profecias” suspeitas do FMI exibidas hoje nos
jornais, anunciando com igual pessimismo o rumo de nossa economia, prevendo,
sem mais aquela, a baixa do
PIB do ano em curso, cujo primeiro trimestre aponta melhora em quase todos os
índices? O FMI faz a
felicidade da mídia conservadora e satisfaz as oposições carentes de discursos
e, sempre, a ajuda a exercer a “urubulogia” eleitoreira. O Fundo Monetário sempre foi para o
Brasil uma espécie de inimigo cordial que controlava no passado os passos
do governo liberal do FHC.
Quando o ex-Presidente Lula fala as bases da oposição e da mídia
tremem.
VHCarmo.
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