Este escriba estranha a tolerância que tem havido com a cubana Yoani Sánches que vem ao nosso país e aqui passa a invectivar
contra a sua pátria. Por estranho que
pareça os efeitos buscados aqui nada lhe podem servir em Cuba. Esconder-se-iam os verdadeiros interessados?
Afinal, o Brasil mantém relações diplomáticas regulares e até amistosas com Cuba,
independentemente do regime que vigora naquele país. Além do mais, o nosso povo manifesta
sempre uma inegável simpatia pelo povo cubano.
Quando interrogada sobre a pertinência da "ley de medios", para
democratizar a comunicação social nos nossos paises da América Latina, açulada pelos patrocinadores de sua visita ao
Brasil e de modo um tanto acanhada acaba por reprová-la, sob o mesmo falso pretexto conhecido e sustentado pelos
representantes do monopólio midiático brasileiro: "a liberdade de
expressão". Ela reproduz o refrão.
A indagação que o jornalista Leandro Fortes faz é inteiramente pertinente:
quem financia a cubana? doutra parte
qual seria o interesse, não tão oculto, da nossa mídia
conservadora apoiá-la como o faz?
O jornalista e sociólogo Leandro Fortes otimizou o assunto em seu texto na Carta Capital.
Olhem só:
Cuba
19.02.2013 12:46
Yoani
reloaded
Primeiro de tudo: foi um erro dos
manifestantes baianos impedir a exibição do documentário, ou seja lá o que for
aquilo, do tal cineasta de Jequié, Dado Galvão, em Feira de Santana. Não que eu
ache que dessa película poderia vir alguma coisa que preste, mas porque
praticar sua arte – seja genial, banal ou medíocre – é um direito inalienável
de qualquer cidadão brasileiro.
Ao impedir o documentário, os
manifestantes estão ajudando a consolidar a tese adotada pela mídia de que os
que são contra a blogueira Yoani Sánchez são, apenas, a favor da ditadura
cubana. Fortalece, pois, esse reducionismo barato ao qual a direita latinoamericana
sempre lança mão para discutir as circunstâncias de Cuba.
Minha crítica aos manifestantes,
contudo, se encerra por aqui.
De minha parte, acho ótimo que tenha
gente disposta a se manifestar contra Yoani Sánchez, uma oportunista que
transformou dissidência em marketing pessoal. Não vi ainda nenhuma matéria que
informe ao distinto público quem está pagando a turnê de Yoani por 12 (!)
países – passagens aéreas, hospedagens, traslados, alimentação, lazer e banda
larga.
Nem a Folha de S.Paulo, que até
em batizado de boneca do PT pergunta quem pagou o vestido da Barbie, parece
interessada nesse assunto. E eu desconfio por quê.
Yoani Sánchez é a mais nova
porta-bandeira da liberdade de expressão em nome das grandes corporações de
mídia e do capital rentista internacional. É a direita com cara de santa,
candidata a mártir da intolerância dos defensores da cruel ditadura cubana, a
pobre coitada que tentou, vejam vocês, 20 vezes sair de Cuba para ganhar o
mundo, mas só agora, que a lei de migração foi reformada na ilha, pode viver
esse sonho dourado. Mas continuo intrigado. Quem está pagando?
A mídia brasileira, horrorizada com as
manifestações antidemocráticas em Pernambuco e na Bahia, não gosta de lembrar
que a atormentada blogueira morou na Suíça, apesar de ter tentado sair de Cuba
vinte vezes, nos últimos cinco anos. Vinte vezes!
Façamos as contas: Yoani pediu para
sair de Cuba, portanto, quatro vezes por ano, de 2006 para cá. Uma vez a cada
três meses. Mas, antes, conseguiu MORAR na Suíça. Essa ditadura cubana é muito
louca mesmo.
Mas, por que então a blogueira
dissidente e perseguida abandonou a civilizada terra dos chocolates finos e
paisagens lúdicas de vaquinhas malhadas pastando em colinas verdejantes? Fácil:
nos Alpes suíços, Yoani Sánchez poderia blogar à vontade, denunciar a polícia
secreta dos Castros e contar ao mundo como é difícil comprar papel higiênico de
qualidade em Havana – mas de nada serviria a seus financiadores na mídia, seja
a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que lhe paga uma mesada, ou o
Instituto Millenium, no Brasil, que a tem como “especialista”.
Então, é preciso fazer Yoani Sánchez
andar pelo mundo. Fazê-la a frágil peregrina da liberdade de expressão,
curiosamente, financiada pelos oligopólios de mídia que representam, sobretudo
na América Latina, a interdição das opiniões, quando não a manipulação
grosseira, antidemocrática e criminosa da atividade jornalística, em todos os
aspectos.
É preciso vendê-la como produto
“pró-Cuba”, nem de direita, nem de esquerda – aliás, velha lenga-lenga mais que
manjada de direitistas envergonhados. Pena Yoani ter se atrasado nessa missa:
Gilberto Kassab, com o PSD, e Marina Silva, com a Rede (Globo?), já se
apropriaram, por aqui, dessa fantasia
não-tem-direita-nem-esquerda-depois-da-queda-do-muro-de-Berlim.
No mais, se a antenada blogueira cubana
tivesse ao menos feito um Google antes de embarcar para o Brasil, iria
descobrir:
1) Dado Galvão, apesar de “colunista
convidado” do Instituto Millenium, não é ninguém. Ela deveria ter colado em
Arnaldo Jabor;
2) Eduardo Suplicy é a Yoani do PT;
3) Em Pernambuco não tem só frevo;
4) E na Bahia não tem só axé.
2) Eduardo Suplicy é a Yoani do PT;
3) Em Pernambuco não tem só frevo;
4) E na Bahia não tem só axé.
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VHCarmo.
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