sábado, 16 de fevereiro de 2013

O MITO DA DÍVIDA - Reflexão..


 A grande mídia brasileira tem-se esmerado em noticiar assuntos em que se torna clara a intenção de veicular informações e interpretações de fatos  que se afastam, propositadamente,  da realidade e da veracidade.  O seu noticiário, num determinado momento se volta para um assunto que visa nitidamente a comprometer a atuação do governo federal. Quase sempre esses meios da mídia  se servem dos chamados “especialistas” cujo conhecimento e honestidade de opinião restam sob suspeição. 
Para exemplificar: quem não sentiu isto quando, em uníssono, os jornalões e a grande imprensa, em face das medidas do governo para promover a diminuição do preço das tarifas de energia, passou a divulgar a falsa notícia da proximidade de apagões, racionamentos e sobre a impropriedade da medida?  

O mote atual é a dívida pública (dívida interna) que, afirmam, tornaria nulo orçamento do governo em prol dos bancos “rentistas”.   Os jornalões e as revistas simplesmente falam sobre os juros pagos aos bancos, mas se esquecem de explicar algo essencial em termos gerais, ou seja, o destino do produto da venda dos títulos públicos. 

A dívida pública é resultado de venda de títulos públicos a juros variáveis (em cada época), não só aos bancos, como a todos que os adquirem voluntariamente ou por mandamento legal (caso dos Fundos de Pensão e outros) ou ainda para ser vir como caução. 

 Numa definição simples: são recursos arrecadados como uma antecipação da arrecadação de impostos federais.  Com soe ocorrer com as empresas privadas e públicas, o governo toma, no caso mediante emissão de títulos públicos, fundos financeiros para mover a máquina administrativas e as chamadas “despesas estratégicas”, ligadas à políticas sociais  e da infraestrutura.  Tais tomadas de recursos, através dos títulos públicos (repita-se), permite o governo ter meios correntes mediante pagamento de juros e prazos previamente convencionados e  autorizados por lei,  para, inclusive, gerir a máquina do Estado.  

A dívida interna, obviamente, tem suas regras econômicas e serem respeitadas, principalmente quanto o seu nível que, via de regra, se mede em relação ao PIB e ao contexto estabelecido em lei (no caso brasileiro).   

O nosso endividamento se coloca, atualmente, em nível tido como normal, ou seja, em 35% do PIB, com prazos longos dos títulos e juros reais em torno de 2,5% aa  (Selic  7,5%).     Para se ter uma idéia os EEUU mantém o nível em 107% do PIB e o Japão em mais de 260%, a juros convenientes a paises em crise.  Aquilo que a mídia chama de Bancos rentistas tiveram que ser socorridos pelo Tesouro daqueles paises, “por serem grandes de mais para falir”.  

Impõe lembrar, por oportuno, o que ocorreu, sob o beneplácito e apoio da grande mídia no Governo FHC.   Simplesmente ultrapassou-se a relação com o PIB e, o que foi mais grave, dolarizou-se grande parte da dívida, num último recurso para  financiar as exportações, elevando-se a taxa de juros (a Selic chegou a  mais de 40% aa)., a dívida externa disparou e resultou na  intervenção do FMI na nossa economia com os estragos conhecidos.   

Ao governo do PT coube desdolarizar e trazer a dívida interna a números aceitáveis e a juros menores num processo evidentemente difícil e custoso. O Tesouro nutriu-se de reservas relevantes como todo  mundo sabe.  

  Hoje a grande mídia conservadora (e golpista) à falta de outros assuntos procura veicular interpretações espúrias quanto a este assunto.     É bom, pois, a gente refletir e não se deixar enganar. 

VHCarmo.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário