sábado, 3 de março de 2012

Rio de Janeiro!.. parabens pra você....

                                   A cidade do Rio de Janeiro fez aniversário de sua fundação no dia 1º. deste mês de março e continua jovem aos 447 anos.
                                  Este escriba que não nasceu no Rio tem esta cidade, como sua cidade e nutre por ela verdadeira paixão; não só por ter construído aqui a sua vida, sua família e seu ideário, mas, sobretudo, pelo caráter popular da bela metrópole.
                                   O Rio nasceu racialmente negro. Na Colônia e no início do império chegou a ter mais de 80% de sua população de negros africanos e descendentes. O “Novo porto do Valongo” era um das três principais entradas de escravos, vindos da África. A negritude imprimiu nesta cidade um caráter dominantemente de cultura negra que, graças à miscigenação, produziu esta gente alegre, musical e afeita às artes com um jeito só seu, despojado.
                                   O Rio de Janeiro é diferente das outras metrópoles brasileiras e sua cultura é tão original e brasileira que daqui partem as maiores inovações culturais que se espalhram e se espalham pelo país. Por tanto tempo capital, tornou-se também uma referência externa sobre o nosso Brasil. O carioca teria tudo para ser bairrista, mas é, sem dúvida, brasileiro e universalista.
                                  O que emociona ao observador do povo carioca, de nascidos ou não aqui, é uma tendência inata ao gosto pela fruição da vida, pela busca da alegria nas suas manifestações, vindas desde os primórdios de sua história. Aos negros escravos, na Colônia, se permitiam promover suas festas tradicionais, nomear seus “reis”, desfilar suas bandeiras, participar nos “entrudos portugueses” e festas sincréticas do Divino, e penetrar nas casas dos Senhores com suas mucamas, os negros de ganho e os artesãos.
                                    Tudo isto deixou um saldo cultural diferenciado que, sem amenizar a crueza da escravidão, resultou num processo de convivência que tem similar no Brasil, apenas, em Salvador - Bahia.
                                   Aquilo que muitos dos que aqui não vivem estranham no Rio de Janeiro é a presença colorida e maciça dos afrodescendentes em todos os cantos da cidade, presença majoritária nas manifestações de todo o gênero inclusive políticas e culturais. Aqueles que habitam os morros pobres, os subúrbios mais distantes, povoam democraticamente as belas praias da cidade, desfilam nos blocos e condões carnavalescos e nas Escolas de Samba, vibram com seu futebol, sobretudo o fazem com uma verve especial e uma alegria contagiante. Como em toda metrópole há violência, há crimes, mas a sua existência não desfigura o caráter do seu povo.
                                        Os paises colonizadores, referindo o Brasil, pregavam o falso discurso de que uma civilização não tinha possibilidade vingar nos trópicos, não só pelo clima, mas e sobretudo, por ser um país de “mestiços’.As nossas elites, por algum tempo aderiram a essa heresia. A história destruiu o mito, também conhecido como“o mito do povo preguiçoso”. Amar a vida, gostar de desfrutá-la seria um mal, uma permissividade contrária ao progresso; bom seria: trabalhar, trabalhar... Tristes conceitos que o Brasil, com seu “povo novo”, como classificado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, vem desmistificando. No Rio de Janeiro talvez se opere, mais do que em qualquer metrópole brasileira, a afirmação de um povo mestiço presente, trabalhador e que gosta de viver.
                                          Quanto à beleza da nossa cidade é desnecessário enfatizar. Este escriba, nesses últimos trinta anos, conheceu praticante todas as grandes metrópoles do mundo, a maior parte delas depositárias de grandes recursos culturais e históricos invejáveis, mas, em matéria de beleza paisagísticas, não há nenhuma delas que se compare ao Rio de Janeiro. Todas as pessoas, sem exceção, que visitaram o Rio desde seus primórdios, se extasiaram com sua beleza natural. Os depoimentos foram registrados por nossa história em vários livros.
                                            A lembrança que suscita essa data faz a gente gostar cada vez mais desta cidade com todas as suas maravilhas, seus sofrimentos e sua brasilidade sem bairrismos.

Viva Rio de Janeiro, cidade de São Sebastião.

VHCarmo.

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