terça-feira, 20 de março de 2012

A crise na Europa produz desemprego, pobreza e autoritarismos...

                                     Na Europa, e nos Estados Unidos, como é sabido até pelas pedras no caminho, a desregulação do sistema financeiro esteve na raiz da formação das chamadas “bolhas” financeiras que levaram os bancos à garra. O neoliberalismo ao atribuir ao mercado racionalidade e a função de promover, sem controle, o desenvolvimento e produzir riqueza acabou por atingir meta oposta, ou seja, levou à crise e ao empobrecimento, bem como aos alarmantes índices de desemprego, com graves conseqüências provocando políticas autoritárias e repressivas.  Veja-se o ressurgimento da repressão aos imigrantes e ás minorias raciais que  ora ocorrem, principalmente na França.  Há apelos a soluções fascistas.
                                      A tentativa de solução da crise, através de outros remédios financeiros como a da injeção de moeda nos bancos falidos, vêm produzindo efeitos terríveis do ponto de vista da produção e do emprego. Os governos dos paises periféricos da eurolândia se endividaram ao acompanhar a ciranda financeira que se instalou e suas populações (principalmente os trabalhadores) se tornaram alvos da crise ao perder a sua fonte de renda e devido, principalmente, à perda do emprego.
                                      Aquilo que parecia difícil de acontecer com a rica Alemanha acontece agora: a precarização da relação de emprego, com a perda das mais mínimas garantias de proteção social, revelando um desemprego potencial.
                                      Antes de transcrever o texto que vai abaixo, impõe, mais uma vez ressaltar a falência do capitalismo, nos moldes atuais, como promotor do emprego. Repete-se, historicamente, o recurso de jogar o ônus da “solução” das crises nos ombros dos trabalhadores, ou seja, daqueles que produzem a riqueza. Recurso, aliás, que se constitui no elemento gestor das crises e de sua natureza cíclica.

Olhem só:

Empregos parciais e precários já são 7,4 milhões na Alemanha.
Publicado em 19-Mar-2012 ( Blog do Zé Dirceu.)

O termo correto para descrever a situação é um só: precarização do trabalho. É o que as estatísticas da fundação Hans Böckler comprovam que está ocorrendo na Alemanha: em dezembro de 2011, apenas três meses atrás, dos 40 milhões de trabalhadores alemães, 7,4 milhões dispunham apenas de “minijobs”, ou seja empregos que pagam, no máximo, 400 euros e sobre os quais não incidem impostos.
Em 80% desses casos, os empregados em minijobs recebem muito menos do que os funcionários de período integral na mesma função. Diante desses números é de se perguntar: afinal, para onde caminha a Europa? E, notem, estamos falando da economia mais desenvolvida e mais avançada do continente.
Se os empregos são precários e não têm garantias, para que serve o crescimento econômico? O próprio sistema de produção desorganiza a rede de proteção social, reduz os salários e a participação do trabalho na renda nacional.
É aquilo de que já falei tantas vezes: o preço dessa crise está caindo nos ombros do trabalhador e exterminando o estado do bem estar social. E não é de agora. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica, com base em dados do Eurostat, revela que nos últimos dez anos a Alemanha teve um ganho de 40% das vagas parciais, enquanto 700 mil postos de trabalho de tempo integral foram subtraídos.
Mazela se espalha pelo continente.
No resto da União Europeia (UE) esse efeito também é perceptível: entre 2000 e 2010, a região registrou aumento de 26% no número de empregos de período parcial que, em geral, além de mal pagas não garantem os benefícios sociais. Cerca de 50% do crescimento dos níveis de emprego são atribuídos a essas vagas parciais e 27% desses trabalhadores acusam que as aceitaram por falta de oportunidades de período integral.
É hora de repensar o modelo de produção e de sociedade europeia e mundial. Está na hora da retomada da construção de uma alternativa, de um capitalismo do século XXI, em detrimento deste capitalismo real que coloca em risco não apenas o bem estar dos trabalhadores, mas o meio ambiente e a vida na terra.
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VHCarmo.

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