A poesia é algo mais... inseparável da sensibilidade neste recanto. O soneto é a forma de poesia que vai mais direto à alma da gente, como síntese da poética. Assim como o conto, o soneto ao seu início já acena para o seu fim, percorrendo o caminho de versos e estrofes contidas no espaço prévio concedido. Este soneto que aí vai evoca a saudade do berço natal de quem está longe. Saudade é palavra privilégio da língua portuguesa, nada mais hermético, nada tão extenso. Quem nunca a sentiu? quem a definiu?
Da Costa e Silva
“Saudade ! Olhar de minha mãe rezando
e o pranto lento, deslizando em fio...
Saudade! Amor de minha terra ... O rio
catingas de águas claras soluçando.
Noites de junho .. O caboré com frio,
ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando...
E ao vento as folhas lívidas cantando
a saudade imortal de um sol de estio.
Saudade! Asas de dor do Pensamento!
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
As mortalhas de névoa sobre a serra...
Saudade! O Capivara, - velho monge,
as barbas brancas alongando.. e, ao longe.
O mugido dos bois da minha terra.
_____________________________________________________________
VHCarmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário