domingo, 15 de janeiro de 2012

Um momento de reflexão sobre a crise neoliberal....

                           Este momento histórico que vivemos é, sem dúvida, uma incógnita para os indivíduos, como pessoas e agentes da promoção social. Vivemos, inquestionavelmente, um momento de virada. De perguntar-se para onde caminha a humanidade após a falsa certeza produzida pelo liberalismo ou, como se costuma dizer, pelo neoliberalismo do pós-guerra, acentuado, ainda mais, após a queda do muro de Berlim e o desmantelamento do socialismo real, tentado instalar-se a leste da Europa.
                             A globalização, inserida na idéia do neoliberalismo, reforçava, até aqui, a hegemonia – que se prometia eterna – dos centros decisórios dos paises centrais do capitalismo nos Estados Unidos e na Europa, sustentada nem sempre pela difusão pacífica dos princípios neoliberais e muitas vezes pelo emprego da força militar em guerras injustas e falsamente motivadas.
                               O mundo vinha vivendo - e de certa forma ainda vive - um falso processo civilizatório que ora se esfacela, ou melhor,  uma inversão de valores que se pretendeu disseminar, sem sucesso não só pela resistência oposta pela periferia como pela sua inadequação à promoção do desenvolvimento material, gerando, em conseqüência, o aumento dos níveis da pobreza em quase todo o mundo.
                                  As contradições internas provocadas pela hegemonia do setor financeiro, aos poucos, minadas pela a ausência do ser humano na sua realização como pessoa e agente do processo, tornaram obsoletos os mecanismo de promoção da integração entre o mundo real e o financeiro.
                                   O Sociólogo francês, Dany-Robert Dufour sintetiza, em poucas palavras, o que representou o mergulho do mundo no neoliberalismo no pós-guerra, ao definir:
“No século passado conhecemos dois grandes caminhos sem saída históricos: o nazismo e o stalinismo. De alguma maneira e entre aspas, depois da Segunda Guerra Mundial fomos liberados desses dois caminhos sem saída pelo liberalismo. Mas essa liberação terminou sendo uma nova alienação. Em suas formas atuais, ou seja, ultra e neoliberal, o liberalismo se plasma como um novo totalitarismo porque pretende gerir o conjunto das relações sociais. Nada deve escapar à ditadura dos mercados e isso converte o liberalismo em um novo totalitarismo que segue os dois anteriores. É então um novo caminho sem saída histórico. O liberalismo explorou o ser humano”.
                              A supremacia do chamado setor financeiro (o mercado) e seu progressivo distanciamento das verdadeiras fontes da produção de valor que, unicamente, se origina no processo produtivo e no trabalho, gradativamente foi inflando uma gigantesca bolha na qual a moeda assumiu uma condição “fetiche”. Daí as alavancagens e as projeções de ganhos futuros, escorados em títulos emitidos por fontes incapazes de sustentar o seu valor de lançamento, constituindo, afinal, um ambiente de severa crise, cuja saída se procura, adotando métodos restritivos na gestão da economia dos paises mais endividados, voltando-se para a supressão de direitos do povo trabalhador duramente conquistados, provocando o desemprego em massa e a pobreza.  Sintomático, também, é o drástico aumento da pobreza nos EEUU.
                           Volta-se, após essa pequena digressão, à pergunta inicial, ou seja, que homem, que pessoa, que indivíduo resultará da superação da crise do neoliberalismo?. Em quanto tempo isto se dará ?
                           No Brasil, cuja política econômica, em momento decisivo, afastou-se das práticas  neoliberais dos governos anteriores a Lula, em que pese à possibilidade, embora remota, de contaminação externa, caminha para solução de seus impasses com as medidas de integração de sua população ao consumo, à economia e na promoção da infraestrutura, gerando emprego e renda e a gradativa eliminação da pobreza.
                               Um novo homem há de surgir e essa é uma indagação universal nesse momento de crise, produzida pelo neoliberalismo e o indefinível “MERCADO”. Como será ?

VHCarmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário