MARINA: UM
PERIGO REAL PARA A DEMOCRACIA.
Breve
retrospecto.
A ex-Ministra é um mundo de contradições e incertezas. Um
pequeno retrospecto de sua trajetória política mostra isto.
Inicia-se junto ao
Sindicalista Chico Mendes, homem voltado à natureza e ao meio ambiente, mas,
sobretudo, sindicalista que foi assassinado pela oligarquia dos desmatadores da
floresta.
Ambientalista, como Chico Mendes, Marina entra no Partido dos
Trabalhadores e se elege na sigla de Lula senadora da República pelo Acre. Lula
a nomeia para o Ministério do Meio Ambiente e aí iniciam-se as suas
contradições.
As licenças
ambientais ficam emperradas. Estudos então já realizados sobre a construção
de hidrelétrica nos rios amazônicos são
abandonados e os novos se arrastam na burocracia ministerial, comandada pela
Ministra.
Afinal, para
prosseguir na construção das usinas, o governo teve que afasta-la do Ministério e,
aí sim, se concluíram os estudos, as licenças ambientais; as obras começaram a
andar. Estancando um prejuízo imenso.
Marina é contra hidrelétricas na Amazônia. Ainda até hoje é.
Estranha é a posição de sua política ambientalista, pois as
hidrelétricas, sabidamente, são a maior fonte de energia limpa renovável e mais barata que se
conhece e representa uma excepcional vantagem comparativa energética do Brasil
(já 89% de nossa produção). A alternativa real é poluente, em sua maioria.
Sem Marina foi possível estendeer linhas de transmissão de
energia através da floresta e canaliza-la para o resto do país sem qualquer dano ambiental.
Marina no Ministério do Meio Ambiente dificultou o governo com sua ojeriza ao
agronegócio; nem mesmo a agricultura familiar mereceu o seu apoio. Sem apoio no
Congresso perdeu a luta contra os transgênicos que hoje afirma ter defendido. Por
sinal o seu vice é um dos maiores defensores do agronegócio – relator da
matéria dos transgenicos no Congresso - amplamente apoiado pela opinião
pública e inegável fonte de avanço econômico do setor, ao lado da agricultura
familiar, ora fortemente incentivada e financiada pelo governo Dilma. Marina era, e continua
sendo, contra as duas, mas agora diz-se a favor.
Retirada do Ministério a ex-Ministra se revela uma feroz inimiga do PT que a
promoveu e filia-se ao Partido Verde que se supunha agasalhar suas ideias
ambientais. Apesar de ser caracterizada, nas eleições presidenciais de 2010 como
terceira-via e incentivada pela mída conservadora logra nas eleições quase vinte milhões de votos, mas abandona em seguida o partido
Verde e tenta fundar um partido seu: “A Rede da Sustentabilidade”.
Embora
tenham se multiplicado as legendas pela facilidade legal de se constituir um partido,
Marina não consegue implantar o seu, por falta de adesões. Ingressa,
então, no PSB, criando profundas
divergências e daí por diante nem é preciso continuar dizendo o que houve.
O que é
Marina agora?
Desidratado o Aécio Neves, que vem sendo rejeitado pelo seu
discurso neoliberal, embora seja o candidato preferencial da Direita, a mídia
se volta para Marina para torna-la o seu caminho do antipetismo do ódio e das mentiras. Prefere o caos à normalidade política com o PT no poder.
Entre o PT e as incertezas de Marina a mídia parece
abandonar Aécio e adotar as incertezas da ex-Ministra. É o vale tudo eleitoral.
Repita-se Marina é um mundo de contradições perigosas.
Perguntas
que merecem respostas que ela não dá ( sai sempre desviando-se do assunto) :
Se eleita vai continuar a promover a criação da Rede de
Sustentabuilidade?
Se a Rede emplacar vai abandonar o PSB?
Empossada, governará
sem coalisão partidária da “velha política” que não aceita?
Como e de que forma vai buscar “os melhores” nos velhos partidos? A um só tempo e no PT e no PSDB?
Vai seguir as ideias da REDE ou do PSB na rejeição ou apoio
ao agronegócio?
E as usinas hidrelétricas? Continuarão a ser construídas?
Como seria atendida a necessidade de energia limpa para o
desenvolvimento do país sem as hidrelétricas?
Os Bancos privados serão liberados de toda a regulação?
Se sente bem sendo apoiada pelo Banco Itaú e os naturais
compromissos com este apoio?
No seu governo o Banco Central: será
independente ou subordinado ao Estado nacional?
De onde sairão os recursos para sustentar as promessas?
Observações finais.
A ex-Ministra seguidamente fala contra a Política que ela
chama de Velha Política, mas não diz como realizar a apregoada nova política.
Como acaba de lembrar no debate da SBT a Presidente Dilma:
estamos em face de um mesmo fenômeno que
levou a Jânio, a Collor e ao desastre institucional.
MARINA, ALÉM DE CONTRADITÓRIA, representa um perigo real ao
processo democrático, pois não se enquadra em qualquer sistema político,
apresentando-se com uma arrivista.
________________________________ VHCarmo.
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