sexta-feira, 26 de julho de 2013

A direita fascista e os marginais se aproveitam....

As considerações, abaixo transcritas, retiradas de um texto do consagrado jornalista e sociólogo  Wanderley Guilherme Santos, republicado integralmente no blog  "Conversa afiada" do PHA, ele produz uma particular  reflexão sobre o caráter niilista de que se revestiram as manifestações dos jovens no mês de junho e que provocaram, por sua vez, uma sequência indesejada de violência.  

Vislumbram-se caminhos difíceis de recomposição de pautas populares legítimas, desembaraçadas do peso dos setores violentos da extrema direita nazista e da marginalidade.

Olhem só:

"Do mar de gente em desfile pelos dias de junho já se ausentaram há muito os de boa fé, os lúdicos, os solidários com as iniciais demandas sobre transporte, até mesmo sobre saúde e educação, bem como os movimentos tradicionais organizados. Participam hoje dos protestos, fora os incautos e ingênuos que sempre existem e lhes emprestam ar de legitimidade, grupos anômicos de jovens de algumas posses, grupos neonazistas e pré-fascistas, organizações niilistas nacionais e internacionais, além das gangues ordinárias de ladrões e assaltantes.
Os que agora se mobilizam e convocam sabem que são isso mesmo, portanto cúmplices entre si. Não há  jovem do Leblon que ignore os saques e depredações que irão se seguir às suas intervenções ditas pacíficas.   É a esta informal coalizão de celerados que se referem os acoelhados discursos pela modernidade, pelo avanço democrático em curso, pela radicalização da participação. Desde quando movimentos pela democracia difundem o medo e intimidam fisicamente os que divergem?
 Na verdade, a hegemonia da atual semântica política é niilista, reacionária, antidemocrática. Mesmo as manifestações em favor de teses populares adquirem conotação truculenta. Com todo o narcisismo de que são portadores, movimentos e personalidades de grande notoriedade não conseguem desfazer a impressão de que perderam o controle sobre o emocional da população. A conjuntura é fascistóide.  A pauta trabalhista das centrais sindicais era a aparência para esconder uma real tentativa de retomar a alma das ruas. Foi uma manifestação chinfrim, o dia nacional de lutas, e não recuperou a hegemonia. Ficou apenas a impressão de que reclamava do governo a extinção do fator previdenciário e a realização de uma reforma política, entre outras bandeiras costumeiras, sem consequência significativa.
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VHCarmo.

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