sábado, 22 de janeiro de 2011

"A HUMANIDADE PRECISA DO BRASIL..."

                                     A incursão, embora ligeira de apenas 28 dias, em Belém, Cuiabá e Cáceres (Pantanal), faz a gente ver ainda mais nitidamente aquilo que distingue a civilização que se vai gestando e explodindo no Brasil, pacífica, eclética e rica de cultura absolutamente nova no mundo.
                                      É o amálgama de que já falava em 1823 José Bonifácio; o povo novo dos trópicos, definido por Darcy Ribeiro. Tudo isto nesse país continente, detentor da maior e inestimável quantidade de água doce do planeta e do doce clima temperado. Amálgama, significa aqui um verdadeiro conceito químico, usado para combinação de metais que cria um novo metal; uma nova cultura, diferenciada.
                                     Esse amálgama, também lembrado por Jorge Mautner, desafia as construções culturais de todo o mundo. Este intelectual, parceiro de Gilberto Gil e Vinícius de Morais, chega a afirmar que                 “A palavra de ordem mundial é ser como o Brasil”.
                            Jorge Mautner fala:
                               “Basta lembrar que foi um eflúvio poético nosso – do poeta Vinícius de Morais – que fez a mãe do Obama perceber que podia se casar com alguém de outra etnia. Vinícius poeta branco mais negro do Brasil, colocou a Grécia ali no morro carioca e, negra, na escola de samba, em Orfeu do Carnaval. Quando a mãe do Obama assistiu ao filme ficou enlouquecida. Nunca tinha pensado em se casar com um homem de outra etnia. Três dias depois conheceu um filósofo do Quênia em uma conferência em Washington. Eles se casaram e tiveram o Obama. Depois quando o Obama foi entrevistado pela primeira vez na candidatura à presidência norte-americana, perguntou ao jornalista: Você é de onde ? Brasil. Aí ele disse:”Pois, eu também sou brasileiro”. Depois quando o Itamaraty foi se apresentar ao candidato, ele disse que era baiano. É isso. Todo mundo quer ser brasileiro”.
                            “Como a arte é a alma do Brasil, os pontos explodem em todas as direções: cultura tradicional, contemporânea, teatro, música, dança...”
                                   (Em entrevista no Almanaque de Cultura Popular-ano 12.n. 140).
                                 É claro que a preservação da continuidade dessa cultura e a formação desse amálgama que se projeta no tempo são uma construção histórica que se vem desenvolvendo no embate árduo, e às vezes desigual, entre as forças populares, as etnias mestiças (o povo novo) contra a resistência de parte da classe dominante branca, herdeira remota do colonialismo que, embora em número menor, detém poder econômico, político e, sobretudo, força destrutiva.
                                     Viajar pelo Brasil é sentir na carne o calor dos trópicos, a imensidão das águas do norte; os mares, a poesia sertaneja e o agreste do nordeste,  a rudeza natural do centroeste, a mistura instigante do contemporâneo e a sua modernização no sudeste inflada pelo AfroRegae e os sambas. No sul elegante da maior influência de ritos importados, modificados e abrasileirados, pulsando de poesia. É geografia, história e cultura.
                                      Impõe preservar nossa cultura e desatar o nó da pobreza, extraindo dela a riqueza interior, a sua alegria da qual nosso país é a imensa reserva no mundo.
                                  “A humanidade precisa do Brasil não apenas para comer, para tomar água, mas para viver no nosso espírito. Para se sentir otimista...” para, afinal, espalhar no mundo um tanto essa nossa reserva de alegria e vida.
                                   O país vive um momento mágico em que se projeta no mundo como exemplo, em busca do topo das economias mundiais e da eliminação da pobreza. Só assim começamos e continuaremos ser respeitados.
VHCarmo.

Um comentário:

  1. Você, que já viajou por boa parte desse planeta Terra há de convir que, primeiro: brasileiro tem que conhecer antes, seu torrão natal! Viajar pelo mundo para se ampliar uma cultura é muito bom mas o Brasil é inigualável, o peito arrebenta e tem-se a impressão que a emoção extrapola qualquer sentimento que não se explica. O Brasil é o MÁXIMO !!!

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