sábado, 18 de janeiro de 2014

O Partido dos Trabalhadores e os analistas....


Este  modesto blogueiro andou viajando pelo sul do Brasil.  Volta, como é normal, entusiasmado com nosso país, nossos avanços e sobretudo com esse nosso maravilhoso povo.   Volta com as "Cataratas do Iguaçu" nos olhos e seu estouro das águas no ouvido. Volta tendo contemplado a maior usina hidroelétrica do planeta   Volta feliz e vai continuar escrevendo aqui neste espaço com a complacência de vocês.

OLHEM SÓ:  -  
O  jornalista e analista político  Wanderley Guilherme dos Santos em texto exibido no número desta semana (18.01) da Revista Carta Capital sob o título  "Vem pra rua você também - De como e por que o Partido dos Trabalhadores ajudou os tucanos a descambarem para a direita" alinha uma duvidosa argumentação a  justificar o título.  Vale comentá-lo.

De  início diz o articulista:

"O PSDB não chegou à direita pelas próprias pernas. Teve ajuda do Partido dos Trabalhadores (PT) que se mudou para o centro, distendeu-o, e tornou praticamente inviável a existência de uma coalizão de centro-esquerda" e, em seguida afirma:

  "O centro estendido do PT também trouxe dificuldade para o campo progressista"   e mais:

 "Outra consequência da consolidação do centro expandido foi a instauração de um vazio institucional à esquerda, vicariamente ocupada por  aglomerado de grupos heterogêneos".

Ao desenvolver sua análise basicamente com esses pressupostos acima, o autor se omite de analisar o contexto em que se produz a situação político/partidário que aponta, colocando-a em seu texto como num quadro estático e concluído, como se suas afirmações estivessem imunes a uma outra análise  sob o crivo da dinâmica do processo político.

Afirmar-se que o PSDB chegou à direita com a ajuda do PT parece a esse escriba uma afirmação por demais simplista que exigiria do autor um maior aprofundamento de análise.  Quem acompanha minimante a trajetória do PSDB já o vai encontrar  neoliberal e conservador quando ocupava o poder há mais de vinte anos.   Levado à oposição, o partido jamais abandonou explicitamente o seu discurso conservador, colocando-se contra todas as medidas de caráter progressista que o PT e sua base aliada implementaram com inegável sucesso e apoio social. Não houve por parte dos tucanos durante os governos do Partido dos Trabalhadores qualquer aceno no sentido de aproximação.  Pelo contrário, o PSDB se deixou levar - mais das vezes - pela mídia ultraconservadora e nos pleitos eleitorais vem usando recursos condenáveis próprios da extrema direita, desvirtuando a discussão legítima dos projetos e programas de interesse do país.

Por outra parte, o articulista não deixa claro no texto o seu conceito de esquerda/direita e anuncia a existência de um "vazio institucional à esquerda", consequência da consolidação do centro expandido  (do PT). 

 Ora, o veterano jornalista atribui também ao Partido dos Trabalhadores a causa da posição sustentada pelos partidos da extrema esquerda (seria a esquerda que ele chama 'institucional) em face do processo político que se desenvolve dentro de sua dinâmica própria. Ao que se sabe esses partidos se isolam na sustentação de discursos revolucionários sem no entanto conseguirem bases populares de apoio, tornando-se instrumentos de procedimentos direitistas ( o chamado mal infantil).  De notar que a mídia conservadora os tolera e deles se servem.  São, historicamente, "partidos de guetos", adotando o "voluntarismo"  e  a "utopia" como bandeira.  Indaga-se:  teria o PT impedido o seu ingresso(?) institucional?  É claro que  não.

Por fim, o jornalista de certa forma encampa - talvez sem o perceber - um discurso antipetista de vezo moralista  que fica claro quando afirma:

"O centro estendido do PT também trouxe dificuldade para o campo progressista". 

Quer ele  dizer que o PT não se situa nesse campo e nisso, evidentemente, repete a crítica que lhe faz a direita midiática.  O mais rigoroso analista político e sociólogo que conheça a história do Partido dos Trabalhadores pode  lhe fazer restrições menos a de que o partido não se situa no campo "progressista".'  Indagar ao jornalista se impõe: onde o campo progressista  que menciona?

Impõe, por oportuno, chamar a atenção para  o aparecimento nas publicações, mesmo na imprensa séria, análises teóricas equivocadas como essa, às vezes bem intencionadas, envolvendo o PT e tendo com fulcro a questão de sua fidelidade aos princípios fundadores.  Mais das vezes não conseguem aceitar um partido e um governo que  façam alianças para governar, como se fora possível governar sem elas.

  O Partido dos Trabalhadores e os partidos da base aliada vem merecendo o apoio do povo, particularmente dos mais pobres e tem "mudado o Brasil" para melhor o que é inegável. As alianças são dinâmicas (no governo e na oposição) e se fazem em todos os setores da ação  política: essa é a regra do Estado Democrático de Direito.

VHCarmo.

 

 

 

 

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