REFLEXÃO NECESSÁRIA-9
CRISE é a palavra mais
frequente nos meios políticos. Assim, pura e simplesmente: CRISE. O caráter e as origens da crise não são
propriamente cogitados e explicitados; nem se indaga se estes fatores foram, ou não,
determinantes, para a sua eclosão.
O que tem sido propagado é que estaríamos vivendo
uma CRISE, sem muitas explicações, e que
teria como característica principal a sua gravidade. É o que vaticinam os analistas políticos comprometidos.
Nem a origem externa, nem o que foi vivido no passado que a
poderiam ter gerado entram na análise da Crise e muito menos se sustentam meios e modos de sua superação. O tempo presente
(corrente), que é o que vale, não interessa aos analistas. O que tem sido
imposto, numa palavra, é o pessimismo e a ocultação das verdadeiras causas da crise para usá-la polticamente.
Os pressupostos normais para se caracterizar
uma crise econômica, seriam, fora de dúvida, a perda pelo país, se em crise, de suas bases consistentes de funcionamento do
Estado; de sua solidez
econômico-financeira relativamente à suas dívidas (interna e externa), a perda
do controle do câmbio (crise cambial) e,
por fim a sua dependência de financiamento externos (tipo FMI), que
tolhessem a gestão e o exercício pleno da sua soberania. A face mais visível seria o desabastecimento. Nada disto acontece no Brasil.
As causas externas são
decisivas para criar e alimentar um processo de crise, mas o suporte interno de seus pressupostos básicos na economia são essenciais para o implemento de medidas para o Brasil sair dela.
O Brasil é um dos mais importantes
países capitalista do mundo - sua sétima economia - figurando no G20, sendo membro dos BRICs, está
indissoluvelmente ligado a essas economias, de modo que a crise que vem sendo
suportada por esses países centrais, desde 2007/2008, de algum modo, se
refletem e influenciam em nossa economia.
Daí a crise?
O país tem se portado
de forma a não permitir que a crise gerada externamente atinja as bases da economia e tem conseguido isto. O
Governo vem mantendo todos os programas sociais, os níveis salariais e
diminuindo a pobreza e a desigualdade como recentemente atestado pelos
organismos da ONU. A dívida externa
sob rígido controle, sempre em dia e de longo prazo, se sustenta com o reservas
recordes no Tesouro (cerca de 380 bilhões de dólares), sendo credor do FMI,
preservando, portanto, a sua soberania. Aqui se fazem ajustes e não austeridade com sacrifício popular como na Europa mediterrânea.
A nossa dívida interna
não chega a 50% do PIB, sendo a das menores do mundo capitalista. Todos os grandes países capitalistas são grandes
devedores e geram grandes desiquilíbrios
orçamentais. O problema é geral e tem sido a preocupação não só dos governantes
como do povo e dos intelectuais que se debruçam sobre esse problema.
A necessidade da imposição de maior taxação de impostos sobre o Capital para a sustentação orçamentário dos Estados é matéria discutida em todos os Foros mundiais e a sua promoção indicada como fator necessário à sobrevivência do Capitalismo Democrático com distribuição justa da renda e sustentação dos programas sociais. (Nesta matéria são particularmente relevantes as obras as recentes de Thomas Picketti:- Capital no Século XXI e Wolfgang Streek :- Tempo Comprado-Crise Adiada do Capitalismo Democrático).
Fato positivo para a
nossa economia, nessa conjuntura, é que a totalidade da dívida interna se expressa na nossa moeda corrente, ou seja , não é dolarizada com acontecia nos governos anteriores, o que permite o seu maior controle e ausência de crise cambial.
As obras de
infraestrutura não se interromperam e vêm-se desenvolvendo, entre outras as mais importantes, ou seja, os portos, aeroportos,
rodovias, ferrovias, hidrelétricas (energia limpa), transposição do Rio São Francisco. O Brasil continua a investir para a superação das dificuldades. Não há
desabastecimento e o nosso país é o segundo maior exportador e alimentos do mundo.
A Crise é, sobretudo, política
e tem como principais ativadores
a mídia conservadora e a oposição golpistas. Esta última, tendo perdido a
eleição para a presidência há um ano, vem tentando romper a legalidade, mediante golpe
branco, desistindo da luta democrática.
É preocupante, pois essas elites atuam diretamente contra os maiores e mais importantes interesses do país.
Com efeito, a oposição e a mídia
vêm espalhando o pessimismo, incentivando pautas- bomba contra o país no Congresso, incrementando o “quanto pior melhor”, numa cruzada
impatriótica que só faz impedir a rápida superação das transitórias dificuldades da economia na esperança de
tomar o poder à revelia do voto popular.
A economia vive um momento
de dificuldades - cuja origem externa é evidente - e necessita de um ajuste e este está sendo feito
responsavelmente. Nenhum direito foi subtraído aos mais pobres e os programas
sociais permanecem intactos com os benéficos efeitos conhecidos sobre a distribuição de renda e a diminuição da
desigualdade. Breve o Brasil retomará o crescimento...para tristeza dos golpistas frustrados.
VHCarmo.
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